Antes de falar das primeiras 24 horas com o novíssimo Nintendo Switch 2, é preciso voltar um pouco no tempo. Há 41 dias, fiz a compra de um console em pré-venda pela primeira vez, após quatro gerações de videogames próprios. Mesmo já sendo um entusiasta de longa data deste hobby, não foi uma surpresa que essa primeira experiência tenha aguardado a segunda iteração do console híbrido da Nintendo.
O motivo exige voltar um pouco mais no tempo, 1.200 dias para ser preciso. A data marca a chegada do meu primeiro console da marca japonesa, um Switch OLED. O caráter híbrido do dispositivo me convenceria, rapidamente, que esta era a forma ideal de aproveitar os jogos. A “magia”, associada com frequência à criadora de Mario e Zelda, me fisgou.
Este preâmbulo serve a duas coisas práticas. Primeiro, as comparações que posso fazer com a primeira versão do Switch, referem-se ao modelo OLED, que já incluía alguns elementos vendidos como novidades do Switch 2 pela comunicação da marca, o suporte com ângulo ajustável do tablet e a porta Ethernet na dock são exemplos. Em segundo lugar, o ponto principal dessa primeira análise. Se a primeira versão do console já convencia tanto – as mais de 152 milhões de unidades vendidas não mentem -, esta segunda é a sucessão perfeita.

Sob a lógica do “time que está ganhando não se mexe”, o novo Switch aprimora o que fez seu antecessor um console especial, sem revolucionar. A tela de 7,9 polegadas e resolução Full HD entrega uma ótima experiência, embora alguns elementos pareçam um retrocesso em relação ao modelo OLED, como as bordas da tela que voltam a ser mais grossas e a menor amplitude de cores, sentida sobretudo nos tons escuros. Quando conectado à televisão, a resolução chega ao 4K, o que soluciona uma antiga decepção da versão anterior que era a baixa nitidez percebida até em monitores de resolução mais alta.
Além do visual, os novos Joy-Cons elevam a sensação de jogar. Todos os botões são maiores, mais próximos ao tamanho padrão de outros consoles. As primeiras sessões de Mario Kart World já comprovaram que não será um problema usar os controles em seu modo individual, um desafio no modelo anterior com os minúsculos “SL” e “SR”.
Outro desafio conhecido dos usuários era a nada responsiva “eShop”, a loja virtual da Nintendo. Agora, o desempenho já melhorou bastante e há ainda uma promessa de melhora na curadoria dos jogos exibidos. Antes muitos títulos de baixa qualidade, produzidos em massa, dominavam as vitrines.

Se há uma preocupação inicial, esta é em relação à duração da bateria. As sessões de jogatina terminaram na maioria das vezes com a bateria aproximando-se da casa dos 20%, ainda que nenhuma tenha sido especialmente longa.
No primeiro dia com o novo “brinquedo”, foi possível testar tanto o divertido e vasto Mario Kart World, quanto a versão aprimorada de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, revitalizado pelo console. O incremento na resolução diminui o serrilhado comum de muitas cenas, as quedas de fluidez frequentes em momentos mais exigentes também parecem resolvidas.
A estratégia da Nintendo de apostar mais na redundância do que na novidade é o que permite projetarmos muito do que será esta nova geração já nos seus primeiros dias. Quem gostou, ou mesmo teve vontade de experimentar o primeiro Switch, encontrará no novo as mesmas experiências, porém aperfeiçoadas. Jogos como Cyberpunk 2077, já disponível, e Elden Ring, programado para este ano, indicam que a biblioteca de jogos estará sincronizada com seus competidores mais potentes.
Embora pareça fácil recomendar o console, é preciso considerar o recente aumento dos preços proposto pela marca e a quem os jogos passam a servir na realidade brasileira. Somente os jogos exclusivos já anunciados para o primeiro ano, e com os preços confirmados, somam mais de R$1600. Metroid Prime 4, Kirby Air Riders e Hyrule Warriors: Age of Imprisonment ainda não tiveram seus preços divulgados. O Nintendo Switch 2 é um console que promete ser o ideal para uma grande parcela dos fãs de games, porém manter seus jogos, o principal charme da marca, está mais proibitivo do que nunca.



Este texto foi escrito por Lucas Massei e editado por Patrick Palhares.
Siga O Frango Xadrez no Twitter, Instagram e TikTok.