Por que (What’s the Story) Morning Glory é um dos maiores sucessos da história?

A banda Oasis em Imagem divulgação de (What's the Story) Morning Glory

Para falar de (What’s the Story) Morning Glory é necessário, antes, falar dos rostos que compõem o Oasis. Liam (vocal) e Noel Gallagher (guitarra e vocal). Os dois irmãos mais famosos – e brigões – do mundo, possivelmente. Liam é o mais novo do trio formado, também, pelo irmão “do meio” Paul Gallagher. Noel, dentro da banda, era quem escrevia tudo: letras e melodias inteiras. Praticamente todos os grandes sucessos da banda foram escritos somente pelo guitarrista. E, também, praticamente, todos os grandes singles do Oasis foram cantados por Liam. Uma troca até que justa.

Em 1994, os dois garotos de Manchester lançaram o seu primeiro álbum. Definitely Maybe foi um sucesso absoluto no Reino Unido. Seus 4 singles – Supersonic, Shakermaker, Live Forever e Cigarettes and Alcohol – se tornaram parte permanente da cultura britânica. Com esse bom lançamento, o Oasis se tornou a banda mais badalada no Reino Unido naquele momento. Começaram a tocar em grandes festivais, encher grandes casas de show  e beliscavam espaços cada vez maiores. Mas o principal ainda estava por vir. Em 1995, eles lançaram o responsável por torná-los uma das maiores bandas da história.

(What’s the Story) Morning Glory

Capa do disco (What's the Story) Morning Glory, do Oasis

O segundo álbum dos irmãos Gallagher começou a ser gravado em maio de 1995, no Rockfield Studius, no País de Gales. A teoria é que o nome tenha surgido a partir de uma frase muito usada por uma ex-namorada de Noel. O que ele não sabia, é que isso saiu de um filme da década de 50. Enfim, nesse momento, o Oasis estava em seu auge. Noel compunha como ninguém, tocava uma guitarra suficientemente barulhenta e mediana. Liam tinha destaque pela sua voz gritada, sincera e honesta. Tudo isso, se unia a sintonia meio “natural” dos irmãos dentro dos palcos e estúdios.

À época, o Oasis disputava a liderança das paradas britânicas com o Blur. Essa briga catapultou mais ainda as duas bandas. Liam e Noel sempre tiveram sua personalidade brigona, então, essa treta toda gerou situações muito engraçadas. A situação escalou tanto que chegou ao ponto de ambas as bandas lançarem singles no mesmo dia. Roll With It, pelo lado da banda de Manchester, e Country House, dos londrinos. Quem venceu essa disputa foi o Blur, mas, poucos meses depois, com o lançamento de Wonderwall, o Oasis assumiu uma ponta que nunca mais perderia – pelo menos no britpop.

Bom, focando no disco: (What’s the Story) Morning Glory resume o britpop. O estilo de música é focado no barulho, algo meio cru – mas, claro, pop, ao mesmo tempo. Durante todo o álbum, o Oasis apresenta sua melhor musicalidade possível. Uma breve “faixa por faixa” começa agora:

Faixa por Faixa:

 Os irmãos Gallagher abriram o álbum de forma poética, com “Hello”. “It’s good to be back” faz um bom resumo – tanto da canção, quanto do disco. O Oasis voltava em grande estilo às paradas de sucesso do Reino Unido, só que para ficar ainda maior. A música começa com o riff de violão clássico de outra canção: Wonderwall, que logo dá espaço à uma guitarra agressiva e uma boa batida de bateria. É uma amostra do que vêm pela frente.

Bom, agora é uma sequência de hits: “Roll With It”; “Wonderwall” e “Don’t Look Back in Anger”. Digamos que nem todos eles são, necessariamente, bons. O primeiro é, com certeza, o mais fraco. Isto nem sou eu só quem diz, o próprio Noel engrossa essas linhas e fala que detesta a música. Roll With It, inclusive, nunca mais foi tocada desde que o Oasis se separou. Concluindo sobre essa música, instrumental fraco, letra ruim e só tem uma coisa que salva: os vocais do Liam. A segunda é o famoso “ok”. Se tivessem tocado menos, seria – também – menos irritante. O conjunto da obra é medíocre, mais ou menos.

E Don’t Look Back in Anger é a quarta melhor canção desse disco. Noel faz o seu melhor e resume muito bem sua banda: uma música cativante, contagiante e simples. Arrepia cantar o refrão junto, gritar seus versos e ouvir seu solo de guitarra. Uma obra prima criada por Noel Gallagher. Hey Now vem dessa sequência maravilhosa e mantém um bom nível. O ritmo da cantoria de Liam gruda na cabeça e é difícil parar de cantarolar a canção. Uma boa escolha para não deixar a peteca cair.

The Swamp Song Nº1 é um interlúdio, nada a destacar por aqui. O que sucede essa breve canção merece um destaque. Some Might Say é algo de outro mundo. A guitarra começa com um riff simples, mas poderoso. E, quando Liam começa, a música se revela ser uma coisa sensível, falando sobre opiniões alheias e visão auto-pessoal. Ao vivo, Some Might Say é uma catarse completa. Copos, bebidas e lágrimas se derramam quando o vocalista fica em sua pose clássica e começa a cantar.

A versão de estúdio de Cast No Shadow é, digamos, entediante. Não evolui e nem mostra ser muito interessante. No show, as coisas mudam e ela vira, honestamente, uma das melhores canções da banda. Porém, claramente, faltou algo nas gravações da banda para tirar essa canção da mesmice. É somente uma repetição de tudo: letras, instrumentos e vocais. Caso queira ouvir Cast No Shadow, ouça a versão de Knebworth. Muito melhor.

She’s Electric melhora um pouco a perspectiva, mas minha opinão é um misto sobre o que disse sobre Hey Now e sobre a canção anterior. Uma melodia que gruda, mas também um pouco parada. Uma coisa muito interessante são os falsetes de Liam – que raramente aparecem na discografia. Seguindo em frente, Morning Glory retoma o melhor ritmo do álbum. Ela acorda todo mundo com um som de helicóptero em seu início. Depois, o Oasis nos apresenta um rock and roll bem executado e pensado. Noel toca uma guitarra implacável e canta backing vocals geniais e animadores. Liam tem a cara e personalidade da canção. Tudo isso forma uma das maiores canções do britpop. 

Por fim, após uma transição maravilhosa, Champagne Supernova fecha o disco com chave de ouro. Uma música afetiva, afetuosa e emocionante. Noel disse que “não faz ideia do que quis dizer” mas, na minha interpretação, fala sobre se sentir sufocado, mudanças na vida, deixar pessoas para trás, drogas e sonhos. É a melhor combinação entre letra, voz, arranjo instrumental e emoção desse disco, dessa banda. Um fim muito digno para um álbum genial. 

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