Rita Lee: 3 álbuns para conhecer a Rainha do Rock

Rita Lee toca violão em show.

O Frango Xadrez ouviu os 22 álbuns de estúdio – produzidos ao longo dos mais de 40 anos de carreira – e escolheu os 3 essenciais para conhecer a Rita Lee. Confira a lista abaixo:

1 – Build Up (1970) –

Capa do álbum, Rita Lee: Build Up
Imagem: Reprodução

Build Up é o primeiro disco “solo” de Rita. A paulistana ainda estava nos Mutantes e esse álbum contou com a ajuda do parceiro de banda – à época – Arnaldo Baptista. É um conjunto de músicas que reflete muito bem seu período de lançamento: com grandes orquestras, teclados “a lá” The Doors e linhas de baixo de tirar o fôlego. Mas o disco ainda não mostrava muito da personalidade que seria marcante à Rita. Poderia, até com certa facilidade, ser confundida com obras de outras cantoras contemporâneas.

Deixando isso de lado, a voz da Rita é um show à parte: um festival de agudos, jovialidade e casualidade. Ela, em diversos momentos, se disfarça no instrumental das canções e em outros demonstra uma potência estonteante.

Falando nos instrumentos, um trabalho de construção e tanto. São camadas e camadas de profundidade de instrumentos musicais. Nesse sentido, o álbum tem uma combinação perfeita: a voz hipnotizante de Rita e um instrumental extremamente bem colocado. É um disco de estréia e tanto.

Destaques: Sucesso, Aqui Vou Eu; Calma; Precisamos de Irmãos; And I Love Her; Tempo Nublado e Eu Vou Me Salvar.

2 – Fruto Proibido (1975) –

Capa do álbum Rita Lee e Tutti Fruitti, Fruto Proibido.
Imagem: Reprodução

Chegamos à era Rita Lee & Tutti Frutti. E chegamos arrombando a festa. Fruto Proibido é a base, a pedra fundadora, do rock nacional. Com ele – e com os outros álbuns setentistas da Rita – o rock nacional deixou de ser aquela coisa “sem sal”, muito expressada pela Jovem Guarda e se tornou algo poderoso, precioso e único.

O Fruto faz parte da parceria da Rita Lee com a banda paulistana Tutti Frutti – e é o primeiro dos 4 álbuns produzidos. Depois da demissão de Lita Ree (o user da cantora no Twitter) dos Mutantes, a cantora forma uma dupla com a amiga Lucinha Turnbull, mas o projeto não engrenou. Então, formaram junto de Luís Sérgio Carlini, o baixista Lee Marcucci e o baterista Emilson Colantonio, a banda que está na capa dos álbuns “Atrás do Porto tem uma Cidade (1974), “Fruto Proibido” (1975); Entradas e Bandeiras (1976) e Babilônia (1978).

Enfim, sobre o álbum em si: é um dos melhores trabalhos da música nacional. Músicos espetaculares, sintonizados, sincronizados e entrosados tocando canções bem compostas e escritas. Se manter parado é difícil em diversos momentos do LP. Seja pela vontade de sair pulando e bater cabeça, ou por querer levantar as mãos e cantar emocionado. Se esse fruto é realmente proibido, então estarei no inferno. Por último, mas não menos importante, nesse álbum estão diversos dos principais hits da carreira da Santa Rita de Sampa.

Destaques: Dançar para não Dançar; Agora Só Falta Você; Fruto Proibido; Esse Tal de Roque Enrow; O Toque; Pirataria; Luz del Fuego e Ovelha Negra

3 – Rita Lee (1980) –

Capa do álbum, Rita Lee (Lança Perfume).
Imagem: Reprodução

Esse disco ficou popularmente conhecido como “Lança Perfume” e é o segundo que marca uma mudança na musicalidade da vocalista. Rita abraça os sintetizadores e a música pop, mas se mantém longe de abandonar as guitarras e os baixos. Muitas pessoas “viram a cara” para essa fase da carreira da cantora, mas são elas que saem perdendo.

A cantora, mais uma vez se revoluciona e revoluciona um estilo de música nacional. Na linha do tempo do Pop-Rock brasileiro existe um “ARL (antes de Rita Lee)” e “DRL (depois de Rita Lee)”. Tudo o que surge no Pop-Rock nacional, ao decorrer da década de 80, remete – de alguma maneira – ao pop que a paulistana apresentou nesse disco. Metrô, Kid Abelha, RPM, Blitz, Rádio Táxi e Barão Vermelho beberam muito na fonte da dançarina.

Com letras inteligentes, cheias de malícia, amores, feminilidade e feminismos, Rita apresenta, mais uma vez, sua alma escritora com maestria. E o marido, Roberto de Carvalho, a acompanha com uma guitarra certeira e uma voz aveludada, que fecha um conjunto musical muito bem feito e completo. É um prazer bailar romanticamente – e, às vezes, nem tanto – com eles ao longo de uma produção musical fechadinha e envolvente.

Destaques: Lança Perfume; Bem-me-Quer; Baila Comigo; Caso Sério; Nem Luxo, Nem Lixo e Orra Meu.

O ideal, claro, para conhecer mesmo a Rita Lee, é ouvir todos seus álbuns. Ali, nem tudo é suas duas mil e uma maravilhas, muitas coisas são contestáveis (principalmente Balacobaco e Reza) e cheias de problemas. Mas, isso é música, musicalidade. Até bons músicos fazem canções ruins e não poderia ser diferente de Rita – que sempre se demonstrou ser “pé no chão” em relação a sua posição de rockstar.

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