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‘Hurry Up Tomorrow’ não é o fim que The Weeknd merecia

Divulgação: Lionsgate

The Weeknd, alter-ego do canadense Abel Tesfaye, é um dos artistas mais bem-sucedidos dos últimos anos, acumulando 14 nomeações e quatro vitórias no Grammy e um show no intervalo do Super Bowl. Apesar do sucesso, Abel começou a demonstrar a intenção de enterrar seu nome artístico em uma entrevista à W Magazine, em 2023.

A declaração foi dada logo após o lançamento de The Idol, série produzida e protagonizada por ele e estrelada por Lily-Rose Depp. A performance do (agora) ator não agradou à maioria daqueles que acompanharam a obra.

Seguindo a ideia de enterrar seu alter-ego, Abel anunciou o seu último álbum como The Weeknd — Hurry Up Tomorrow — que completaria uma trilogia de álbuns, formada por After Hours e Dawn FM, que aborda o auge e o declínio da figura do cantor.

Em paralelo com o projeto musical, o canadense anunciou um filme com o mesmo nome, dirigido por Trey Edward Shults e estrelado por, além do próprio The Weeknd, Jenna Ortega e Barry Keoghan. Hurry Up Tomorrow conta a história do cantor que, em meio a problemas pessoais, sai em uma turnê para apresentar seu novo álbum e tem um encontro inesperado com uma superfã.

Divulgação: Lionsgate

Assim como no álbum homônimo, Hurry Up Tomorrow aborda algumas questões que já pareciam ter sido resolvidas nas duas últimas peças da obra do artista. O núcleo do filme segue uma narrativa que se baseia em um acontecimento real, no qual o cantor encerrou um show lotado por não conseguir se apresentar devido a um problema vocal.

Com um roteiro assinado pelo próprio Abel, em conjunto com o diretor Trey Edward Shults e Reza Fahin, que tinha como único crédito a série The Idol, a produção soa como uma tentativa de inflar o ego do cantor, quase como uma autobiografia. O artista sabe que não funciona como ator — fato apresentado no próprio filme, em um diálogo de The Weeknd com o personagem de Barry Keoghan — mas insiste em se colocar em um papel de protagonista.

A representação do cantor é tão caricata quanto sua participação em Uncut Gems (2019), que é tão breve que não compromete em nada o filme. Já em Hurry Up Tomorrow, o personagem não tem como fugir dos holofotes, e escancara ainda mais a inabilidade de Abel como ator.

Apesar da narrativa clichê que passa pela solidão do artista, a direção de Trey Edward Shults lida bem com o contraste entre o ambiente lotado e caótico de um show — com boas cenas de The Weeknd no palco, que dariam um bom filme-concerto — e o vazio fora dos palcos.

Divulgação: Lionsgate

Para além do protagonista, os personagens de Jenna Ortega e Barry Keoghan são os únicos que têm alguma relevância. O personagem de Keoghan tenta ser um contraponto ao egocentrismo de The Weeknd, mas não faz jus ao tamanho do ator — que têm papéis de destaque em Hollywood nos últimos anos. Já Jenna é peça importante para o terror psicológico que o filme tenta seguir, especialmente no ato final. Ambos pouco contracenam entre si, mas têm muito destaque quando dividem tela com Abel — já que são, de fato, atores.

Hurry Up Tomorrow parece enterrar a curta carreira de Abel como ator, e passa longe de ser o fim ideal para um ciclo de tanto sucesso como o de The Weeknd.

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